domingo, 30 de novembro de 2014

IX TRINKA METAL FESTIVAL

                                     ou


Le Chapelier, le Lièvre de Mars et le loir ...´





                    É o seguinte...
                    Nunca entendi a preferência de nosso kriptoniano favorito pelo Ártico quando ele poderia facilmente construir sua Fortaleza da Solidão em Caraguatatuba-SP. No quesito "Porra nenhuma pra se fazer!!" Caragua é capital mundial. Se for ao som de rock`n`roll , aí já entra no nível intergaláctico. Mas ás vezes, rola um bailinho recheado de rock ligeiro para que o litoral seja, ao menos uma vez por ano, lembrado nos anais da mídia rockeira nacional. Tá... Pode até não ter tido todo o destaque que deveria, mas quem lá esteve recebeu toneladas de decibéis por segundo sem descanso e,mesmo debaixo de muita ( "muita" no sentido superlativo) água, fizeram muito volume e barulho prestigiando o evento e curtindo até o osso as bandas que figuraram do inicio da tarde até a noite.
                   Mas esse Farol, como já disse em vários posts, aponta pra onde eu quero.
                   Falar do Torture Squad é chover no molhado. A banda ( hoje trio, mas claro que você já sabe disso) na estrada desde 1990 , dispensa bajulação devido a qualidade ,profissionalismo e brutalidade de suas apresentações. Infelizmente não pude ver todo o setlist , mas estive a beira de gritinhos histéricos ao ouvir "Pandemonium", faixa ( e album) que, em minha humilde opinião, definem de forma definitiva o Torture Squad.
                    Houve também um problema com a banda de abertura do flyer, o Lumina, que por motivos que não frisarei (até por que não ficou certo qual era a informação correta entre a galera que a cada minuto aparecia com um motivo diferente) não compareceu ao evento sendo substituída de ultima hora por um trio rocker cujo o nome ficou incerto pois a cada vez que era anunciada ora era chamada de Testa de Ferro, ora Tamoios. mas mandaram um "aquece" bacaninha.
                   E entre o mundialmente famoso e o ilustre desconhecido o festival trouxe até esse que vos escreve um show . E vamos a ele.



                   O S.L.F. ou Scars From The Last Fight ( ou mesmo Scars, na boca da galera em geral) a mim não era desconhecida. Conhecia o baterista Gabriel Hatoun em seus dias de Guerrilha então ja tinha feito algumas audições do primeiro trabalho da banda na musica "Screenplay" e o hit cantado em uníssono durante a execução, "Walking Dead". Confesso que não tinha muito interesse na banda, não pela capacidade técnica e musical, mas por não ser um som que eu tinha afinidade nenhuma pois esse farol é guiado por alguém de velhas escolas com sérias restrições para o novo. O metalcore ainda me é uma incógnita. Mas eu não sabia das mudanças ocorridas na formação da banda desde as musicas supra-citadas . E é ai, bem ai mesmo que eu caio do cavalo.
                   O Scars que subiu nesse Trinka Festival era uma banda bem diferente do som que eu esperava ouvir. A primeira coisa que se destaca como uma marretada é uma cozinha das mais eficientes que já vi no underground. A banda não tem medo de se apoiar na cozinha e mais, destaca-a. Isso é daquelas coisas que vejo como confiar no que estão fazendo. Posso até não entender as nuances do metalcore, mas sei o que vi. E ouvi.
Foto: Zezinho Trinka
                    Duas guitarras bem definidas em suas funções, bases marcantes e fortes e ( um amém a isso) nada de solos indecifráveis e ( cabe aqui outro amém) intermináveis. Coesão no som. Bicho, isso tá raro pra cacete.
                     Mesmo as que ouvi antes ganharam mais força, muito mais peso, principalmente graças ao novo vocal. Mais enérgico. Muito mais forte e sem indecisão ao vivo, ainda que embora eu acredite que a estrada será sua melhor professora tão somente na questão "presença de palco" onde , na minha opinião, ainda não esteja totalmente à vontade. E uma guitarras que faz suas incursões como dublador de satanás num backing vocal matador, dando a ultima pitada de sangue no som do Scars.
                   Mas até ai beleza, pois conhecendo o histórico de alguns integrantes, achei que rolaria até partituras no palco, tamanha a eficiência técnica, mas como disse antes, eu cai do cavalo, lembram-se? Se não fosse o bastante que soubessem o que estavam fazendo, eles estavam se divertindo lá em cima. De todos os requisitos pra que ache uma apresentação boa, o Scars se destacou com louvor no principal de todos, Todos,TODOS!!! A banda toda estava ali. Estavam realmente afim de estar ali. Era, ao menos pra mim, visível que a banda estava fazendo exatamente o que queriam fazer e estavam se sentindo bem e se divertindo com isso !!!
                  E se isso não for rock´n´roll, eu não saberia dizer mais o que é .

Da esquerda p/ direita:Diego Carvalho, Emerson Oliveira, Mateus Lorenzetti, Gabriel Hatoun e Anderson Emidio
foto: Daniela Aoki



HICSOS




Foto: Zezinho Trinka
                             Na sequencia , direto do underground do inicio dos anos 90 no Rio de Janeiro, a molecada do HICSOS !!!!
                 Sem precedentes é o que posso dizer!!! Duvido que o thrash metal tenha se mostrado em toda sua fúria e crueza no litoral norte. Sim THRASH METAL !!!! Sem frescura. Sem firula. Sem os famosos "Mamãe, olha pra mim!!! Eu sou muito mau!!!!".
                 Os caras estão no melhor momento da carreira da banda. Não sei sobre o públicos dos shows nem se o novo trabalho "Circle of Violence". Não é disso que estou falando. Não sou critico de musica muito menos do mercado fonográfico. Estou passando aos que visualizam essa farol exatamente o que vi, ouvi e senti.
                  Setlist matador para um publico que não conhecia e/ou conheceu recentemente fez todos, exatamente todos , curtirem ao máximo cada musica. Da galerinha jovem, iniciando ao incrível mundo do rock ligeiro até essa mula empacada que vos escreve. O Hicsos não perdeu o domínio da massa em nenhum segundo do show. Hipnose coletiva. Precisaram de uns dois minutos e meio pra dizerem a que vieram e a mensagem chegou quase que imediatamente. Cada musica era anunciada com um resumo do que estava por vir e sobre o teor das letras, o que integrava ainda mais o publico com o que estava sendo disparada contra plateia em fúria.



Foto: Joe "The Unabomber" Barbara
           Guitarras contundentes, baixo marcador, batera destruidora e o vocal verborrágico, sem chapa branca e chamando a todos para o mosh debaixo de chuva e sendo prontamente atendido. Já rodaram a Europa. Já tocaram com os gigantes. E se entregaram em Caraguatatuba com a mesma atitude de quem está num estadio lotado. Não há performances diferenciadas para diferentes publico. No palco, só há Hicsos !! O espirito do thrash oitentista cheio da fúria do inicio dos anos 90 e, principalmente, musicas preparadas para o seculo XXI !!! Força e contundência cada riff. E a banda desfila uma enciclopédia deles. Um frontman que chama a todos para a responsabilidade de curtirem e bangear como se não houvesse amanhã! Headliners em qualquer evento , fácil !!!! E de todos os critérios que, segundo minha humilde opinião, fazem um bom show, o Hicsos supera a si mesma no principal: Eles gostam do que fazem!!! E se divertem fazendo!!! O melhor exemplo foram os problemas técnicos que fez o impossivel pra atrapalhar na saidera do setlist , chamada "Patria Amada", devido o microfone que simplesmente apagou. A banda , ao invés do piti classico de estrelismo, sentou a marreta no melhor estilo "O show tem que continuar!".
             
                    Fazer a galera agitar é uma coisa!! E uma coisa muito legal pra uma banda. Mas, agitar junto??? Aí, meus queridos gafanhotos, é o que realmente faz valer o ingresso.
                    Pode soar piegas, mas foi bonito de ver. Toda aquela conexão entre banda e público só realmente se quebrou com o fim do show.
                    Fomos todos , sem exceção, tratados como headbangers. Respeitados como headbangers. Não se perguntou ou procurou-se por rótulos. Fomos todos headbangers .
                  Ninguém foi deixado pra trás.
Da direita p/ esquerda: Celso Rossato, Marco Anvito, Marcelo Ledd e Antonio Sabba
foto:Daniela Aoki

                                            Enfim, foi uma noite realmente muito boa para os headbangers, para a cena local e para o metal nacional. Underground e mainstrean de braços erguidos e punhos em riste. Houveram problemas tenicos? Sim ! A chuva quis atrapalhar também. Mas tudo foi tirado de letra por todos que lá estavam, porque o rock´n´roll cresce mais forte em meio a quaisquer adversidades.
                                           O Trinka Metal , já em sua 9ª edição, é realizada anualmente em Caraguatatuba-SP, e além de colocar bandas iniciantes lado a lado  com músicos profissionais, também tem sua vibe beneficente sempre colaborando com instituições de caridade da cidade, sendo que nesse ano a Paroquia São José do bairro Morro do Algodão foi quem recebeu as doações dos headbangers do litoral norte!.

Minhas ilustres convidadas para o evento Natalia Aoki e a mãe coruja e fotografa free lancer do blog Daniela Aoki
com a Scars From The Last Fight


Lembrem-se, pequenos padawans: Esse é meu farol. Ele aponta pra onde quero. Nada aqui tem a intenção de substituir a sua verdade. O que lêem aqui é tão somente a minha verdade.  Em caso de sugestão, reclamação, adendo, receita de purê e afins, nenhum comentário será moderado portanto é lá a zona para o livre pensamento onde você, caro leitor, pode espinafrar esse que vos escreve. O Farol também, de forma humilde, aceita elogios. Enfim deixe suas impressões.


EM CASO DE SENTIMENTO DE OFENSA, DEIXO DESDE JÁ MEU SINCERO: F O D A - S E !




Joe ( The Unabomber) Barbara.          

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

IV Campos Metal Fest

                                    A Mad Tea-Party


   Quem se lembra do célebre texto de Dickens em "Um Conto de Duas Cidades" que entre outros, citava "...foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos;...". Pois bem, essa noite de 19 de janeiro , em Campos do Jordão plasmou a primeira frase enquanto eu vivia os dias da segunda metade.  

                   Mas essas são lagrimas para outra postagem.
                   Em meio ao caos, eu tive o privilégio de estar ao lado de minha alma nesse festival que talvez, e só talvez, tenha tirado alguns centímetros de altura de algumas montanhas ao redor do local da gig.  
                   Minha filha já tivera sua primeira experiencia , mas era um fest aberto.                                               Não sabíamos como seria a reação dentro do espaço confinado regado a brutal, death, grind , thrash e afins.
                    Mas por sua  reação relaxada na entrada do local, em meio aquela famosa concentração de espera, eu previ que seria , no minimo, uma noite para esquecermos o mundo lá fora e simplesmente curtir.
                    E foi isso o que aconteceu.


                                        Relaxando antes de distribuir pedradas, bandas e bangers se misturaram enquanto os portões não abriam.




                  O inicio de um livro empolgante é sempre recheado de uma arritmia gostosa no peito, geralmente sem se importar em saber como de fato a obra irá terminar. 

                   Sabe qual é a sensação de olhar para seu filho e imaginar que se não fosse seu, você adoraria que fosse, ou gostaria de que seu filho fosse assim? Já teve essa sensação?
                  Ter a dádiva de sentir essa sensação foi o que de melhor aconteceu durante o "IV Campos Metal Fest". Me sentir o pai que olha aquela pessoinha nova que acaba de conhecer.Quase o mesmo sentimento da primeira visão através do vidro do berçário. Conhece-la de novo. Olhos arregalados para um mundo novo, cheio de cores, luzes e sons. Muito som.
                  Olhos arregalados, queixo caído e expressão de surpresa enquanto o cérebro se esforça em , entre a razão e a empolgação , colocar uma definição em português para tudo aquilo que a rodeia. 
                 Depois de tanto tempo, tempo esse recheado de desventuras, problemas, fins de mês e mês que vêm, lutas , decepções, pequenas vitorias, duras derrotas, sabores e dissabores, tivemos, por algumas horas, um futuro esquecido e  um passado apagado. Só havia o "ali". O "agora". O "esse momento".
                 Lembranças e anseios, por algumas horas se tornaram pura e tão somente o "hoje".
                A própria paternidade se amoleceu durante esse tempo, dando espaço para dois rockers trocando impressões e opiniões sobre música, acústica ambiente,sobre os que nos cercavam , tamanhos e higiene dos banheiros, altura do palco, camisetas, alargadores, botas,cabelos, piercings, enfim, bangers de diferentes idades descrevendo o redor dentro de suas concepções, elevando a paternidade para outro nível. Sem tabus. Sem preconceitos. Sem o velho "Eu falo, você escuta" , "comporte-se" ou "fora da mesa."
                  Era só um cara e uma guria que se conheciam a muito tempo. tempo esse que teima em tirar o brilho que um sempre viu no outro.
                  Nesse dia soubemos que um ombro acordaria dolorido e um velho e cansado baço estaria relocado por um cotovelo dentro da "roda". E rimos disso, para valorizar ainda mais a dor.
                  O ritual iria terminar cedo ou tarde.
                  Mas a certeza das reprises mentais por toda uma vida, nem ao menos nos deu espaço para um melancólico "gostinho de quero mais", porque essa noite iria durar para sempre e ninguém poderá se apossar ou tira-la de nós.
                  Nesse dia toda historia do metal, se metamorfoseou em um rolê de pai e filha.
                  Um só.

 
Talvez um dia eu me orgulhe menos desta guria... mas eu duvido.
Foto: Joe Barbara


Eis que são abertos os portais que nos levariam ao incrível mundo sonoro da pancadaria , fraturas filosóficas desopilações elétricas e de entrada , percebemos que nosso tão esperado mosh juntos, pai-e-filha style, tinha sido adiado por motivos de força maior.

Foto: Maria


      Se não de força maior, mais alta com certeza.

Foto: Maria

                     Não tinhamos visto nada de antemão, então deixamos pra conhecer a força da marreta somente na hora do impacto. Nós já conheciamos a Morfolk e eu já tinha visto a Manger Cadavre no Union Fest em São José dos Campos. Entao o score era de 2 bandas pra mim e 1 pra ela. De resto entramos nessa sem colete.

                      A primeira banda a se apresentar foi a Dymon´s , mineiros de Cachoeira de Minas, entraram com a pequena massa a frente ainda fria e não se preocuparam com o amanhã. Desfilaram trabalho, garra, peso, uma pitada de groove sem que se perdesse a velocidade da batida em prol do ritmo.
                       Thrash metal , que se não bastasse a competência da execução, tem o algo mais que me arrebenta o pescoço: letras em português !!!! 
                     Tem influencias de muita coisa boa do thrash e a cara do Dymon´s. Filhos inteligentes em uma boa escola. Só podia terminar em bate cabeça facil !!!! Ao perceber que Maria já se sentia à vontade no inicio da segunda musica para comentar sobre o som ( seu enfoque ficou nos riffs e bases e a inexistência de solos intermináveis e incompreensíveis o que pra ela é fundamental.) deixei-me levar pelo que ouvia e vi que estávamos em boas mãos !!! Set list seco, contato com publico 10 e cheio de opiniões ( nada do velho e simplista "Vcs querem rock?" daqueles que tem medo de  expressar opiniões e desagradar algum fã, saca?)
                       E fica meu obrigado pelo carinho com a minha alma,  a quem sem o menor estrelismo, aceitaram posar na foto abaixo demonstrando carinho e respeito com os novos fãs !!!
                      Trabalho impecável ao vivo, com ainda mais peso que em estúdio, mas sem abrir mão da qualidade do som. 

      Foto: Maria



Pedro Silva, Cesar Pereira, Maria, Eder Lelis e Mário Machado
Foto:
Iris Mota
Wesite: dymons.com.br/
Facebook: facebook.com/pages/Dymons



                       Depois da matança sonora do Dymon´s entrou o Chaos Synopsis. E ai , vale a máxima desse Farol. falo do que quero e quando quero. E a segunda banda realmente não me deu muito para que eu queira falar sobre. De antemão adianto que nem eu nem minha filha não achamos a banda ruim. Mas não nos impressionou. E sendo dono dessa bagaça aqui, dou um salto quântico, pulando essa banda que pouco ou nada alterou , na minha concepção o resultado da gig.
                         Mas vale ressaltar que durante a execução da mesma houveram baixas como um joelho de uma amiga que nem estava no bolão, a perna da mesa de merchan da Mmorfolk ( que também não participava do bolão, alias não participava de nada !), o a perna de minha filha na ida e ombro na volta e meu baço que encontrou nova morada dentro de minhas vísceras!!! enfim , o bom e velho cicle pit fazendo suas costumeiras vitimas !!!


                          Finalizado a contagem de ossos e assegurando que tudo o que estivesse intacto permanecesse intacto, nos posicionamos para aguardar os inícios do trabalho da Manger Cadavre. Abrindo com uma instrumental, me vi ao lado de uma adolescente já ansiosa em saber quais eram as armas que a guria da banda tinha para descarregar. 
                          Eu a vi logo apos alguns segundos da segunda musica de olhos arregaladaços. De queixo caído. De face estupefata enquanto balbuciava " É play back !!! Só pode ser play back !!!!" Os vocais que lembravam a ultima chamada para o Juízo Final a fizeram não tirar os olhos na guria que vociferava insultos ao sistema e que , ao ser magicamente despossuída entre uma musica e outra, falava com o publico com irreconhecível meiguice. Tinha um quê de "Who , the fuck, are Angela Gossow?????".
                          E a Manger Cadavre ainda tinha um baixista com sonhos suicidas que saltava num mezanino nada propicio ao esporte!!! Um batera rasteiro , veloz, com vasto repertorio de passagens ligeiras , necessárias pra acompanhar um guitarrista realmente veloz mas com serenidade budista. Tem crossover dentro de um cesto cheio de um grind esquizofrênico com nome de crust. O som é perfeito para aquela festa punk com a moçada. E é desse jeito que a banda se comporta. Eles nos permitem participar da festa deles. Uma banda que se diverte tocando não dá para ficar de fora de nenhum evento que queira ser levado a sério. 
Nada pode pagar isso.

                          E mais um obrigado pessoal pelo incrível bate papo pós show , onde , além de aceitarem posar para uma foto com minha guria, plantaram a sementinha do "Do it yourself!" nela. Ela viu uma turma se divertindo lá no palco e essa é a melhor das influencias que ela vai levar quando resolver subir em um também !!!

Foto:Maria

    Marcelo Kruszynsk, Jonas Godói,  Maria , Nata de Lima e Marcelo Augusto
   Foto: Iris Mota

Website:MangerCadavre.blogspot.com

Reverbnationreverbnation.com/mangercadavre

Facebookfacebook.com/mangercadavre

       
                       O bate papo com a Manger Cadavre só animou mais um dos momentos mais bacanas da noite. A muito eu e Maria falavamos sobre a Morfolk e sobre como seria em "World Wide War" o primeiro mosh ( ou stage dive como queiram) da historia dela. E seria duplo. Pai e filha juntos.  Mas como citado no inicio do post, esse sonho ficou pra outro gig, por motivo de forças maiores. kkkkkk  Pensa num palco alto. Demais para uma primeira vez. E pra ultima também.


                       A Morfolk sempre irá impressionar antigos fãs assim como novos expectadores devido o profissionalismo . Não só no Vale do Paraíba. Em 2013 foram vários os passeios pelo estado de São Paulo, assim como bem sucedidos em apresentação em Minas Gerais. Desde a primeira metade dos 90 já é sabido da correria da banda.
                        Mas o que temos disponível hoje, principalmente ao vivo, é um Morfolk concentrado, afiado, cúmplices de uma apresentação forte, intensa, priorizando o contato com a platéia e a qualidade das composições. É death metal ! E o é com maestria. Mas com mudanças , passagens, riffs, solos sincronizados enfim, o velho death ainda melhor. Mais rápido. Mais brutal. Mais trabalhado. O Morfolk que até o Morfolk tinha medo de ser.
                        As chances da Morfolk ficar presa ao cenário do Vale do Paraíba vão aos poucos se esgotando. Dois caras com uma escola death fortíssima, um vocalista versátil que passeia bem por entre as escolas das duas ultimas aquisições às fileiras da banda que são um guitarrista com forte influencia do thrash metal e um batera que passeia pelo grincore. Diferentes ( nem tanto , eu sei) vertentes que não criaram cisão e sim coesão. O trabalho apresentado, principalmente ao vivo, será em muito pouco tempo necessário para suprir as necessidades metálicas em muitos outros lugares, o que será ótimo ao cenário local pois muitos olhos se voltarão para região e a janela aberta será portal para os competentes e seguros de seu som.
                           Enquanto se preparavam para os acordes da ultima pedrada e agradeciam aos realizadores do projeto, ainda encontraram tempo para agradecer minha guria ao vivo , ao passo que a mesma enrubescia de olhos mareados, por timidez talvez, mas um pouco por saber que trilhava o bom caminho. Ouvir o nome de minha filha no meio de um show de uma banda desse cacife foi uma realização quase egoísta, mas também com um sentimento de passagem de tocha.
OBRIGADO A TODOS DA MORFOLK PELO CARINHO COM ESSA QUE É MINHA FORÇA MOTRIZ. 


Foto: Maria

Walter Pitucha, Reinaldo Tio, Daniel Sanches, Gabriel Grisolia, Maria e Ryan Roskowinski
Website:myspace.com/morfolk
Facebook:facebook.com/Morfolk


                 E, nas palavras do Chicó de Suassuna :" ...só sei que foi assim !"
                Terminava uma das mais perfeitas noites de minha historias. Derrotas e vitorias ficaram sem razão ao ver minha filha sendo citada em agradecimento em plena apresentação. A tocha não poderia ter sido passada de forma mais bela e honrosa. não sei quais serão os passos dela no futuro. Não sei se elá verá, a partir de agora, as minhas historias como algo legal, com aqueles olhos de fascínio e atenção milimétrica a cada palavra. Graças a vocês da Dymon´s, Manger Cadavre, Morfolk e os carinhas que acertaram o ombro dela, agora ela tem já suas próprias historias, suas próprias impressões e conclusões. 
                 Vocês escreveram um capitulo maravilhoso num livro que ainda tem milhares de paginas em branco, e que terão esse capitulo sempre como um norte para as paginas que se seguirão.

                  Uma noite para sempre.

Joe "The Unabomber " Barbara